Finalmente... vi-a!
Andou toda a manhã no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Estava vestida de sol e com nuvens daquelas azuis que fazem recortes bonitos no céu.
Nas redondezas todos corriam por ela. Ao pescoço traziam medalhas e vestiam t-shirts patrocinadas a condizer pouco com o resto da indumentária trazida de casa. Eram às centenas e fecharam Avenidas para, todos juntos, correrem na estrada sozinha. Diz-se que correram com pessoas importantes da Nação, homens da política e do meio social, que gostam de envergar calções de lycra, ou outros mais discretos, nestas ocasiões em que a discrição fica longe da meta.
Mas eu não. Segui o caminho contrário. Nunca gostei de correr e nas aulas de ginástica improvisadas num Pavilhão qualquer da Escola secundária da Damaia a professora dizia-me 'tu não sabes correr'. Ai não? Pois só correrei se e quando necessário, para o que for preciso. Claro que deixei de correr para apanhar transportes públicos, deixei de correr para às aulas, e odiei correr na ginástica.
Eu gosto é de andar calmamente. E hoje vi-a por causa disso. Também ela ignorou o rebuliço dos corredores de meta e encheu-se de música e flores dentro do CCB. Andei por lá a ouvir cantares de outros tempos, a ouvir e a ver umas fantásticas artistas, performers que punham o mundo a rir, tocavam lindamente violino e ainda deixavam marcas de lábios pintados nas caras dos pais que ali chegavam com os seus curiosos miúdos. E vi as flores. Corredores imensos de flores que conheço, outras novas, cheiros que nunca tinha experimentado, cores bem misturadas e a assentar bem naquele cenário.
Levei o meu sobrinho à Festa.
E vi, finalmente, a Primavera.
Que fique entre nós.
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