sexta-feira, março 17, 2006

Se tiveres dúvidas... volta lá ao lugar onde foste feliz...

Quinta-feira, 20H. O Café Medeia serve hamburguers e massas para quem tem pressa e quer comer para aguentar duas horas de filme. Fomos lá por acaso. Não íamos ao cinema. Tínhamos dois bilhetes para um espectáculo diferente, com mão de Chico Buarque, nome de ópera e malandrice no título. Era no Coliseu daí a uma hora: A Ópera do Malandro.

Mulheres da cidade, cientes do que acontece no Rossio quando há Coliseu cheio, La Feria em cena e não sei mais o quê... metemo-nos num taxi. Pontaria: 4 euros depois estávamos à porta e ainda evitámos a chuva que começava a cair.

Camarote 26. Vista satisfatória. Sala Cheia.

Começa o espectáculo, sotaque brasileiro - já se sabia - uso e abuso de expressões só por eles usadas, um Rio que ficava, para mim, ainda mais distante... outros tempos, outras expressões, e um cantar quase sempre afinado que, de quando em vez, me fez sorrir. Nunca aplaudir.

Eu e a Carrie saímos no intervalo. Quando desci a rampa do Coliseu olhei para trás só para me certificar de que não estava a sair da Canção de Lisboa, ou assim... Eu até gosto de musicais. Tenho visto alguns... Revista é que não suporto e muito menos suporto espectáxculos onde as pessoas só se riem se se fala de sexo, quando se diz puta ou quando se apalpa um rabo em palco. Como diriam os brasileiros... baixaria. Não chega, para o preço dos bilhetes...

Somos umas resistentes da Cultura e sabíamos que (quase) ali ao lado, no Lux, Ursula Rucker tinha outro tipo de música para dar. Subimos a Avenida a pé. Primeiro a da Liberdade, depois a Fontes Pereira de Melo que, talvez pela ligação às águas (apenas no nome), trouxe de volta a chuva. Chegadas ao carro lá fomos, Avenida - desta vez -abaixo, destino : Discoteca Lux.

Esgotados os bilhetes para a Ursula, esgotavam-se também as nossas possibilidades de fazer qualquer coisa de digno, nesta noite que decidimos cultural. Nisto eram já 23h30... e nem um pingo de sono.

Podia ter havido uma operação STOP naquela bendita Avenida que as probabilidades de sermos apanhadas aumentavam. Voltámos a subir, direcção Saldanha, em concreto, cinema Monumental.

O Syriana é um filme que requer atenção. Está filmado com cores assim de documentário - disse a Carrie e eu concordo - o Clooney não está bonito, nem feio, mas está muito bem no papel de Bob (óscar de melhor actor secundário merecido). E o Matt Damon também está bem, com aquele ar sempre de inocente, puto perdido por quem nos apaixonamos no fim. A história é uma autêntica teia que nos leva a viajar de Teerão para Marbella, e depois para os Estados Unidos, e de volta ao Irão e com planos (cinematográficos) que podem ser de um mundo onde árabes, chineses, europeus e norte-americanos se misturam. Um mundo real, portanto... O petróleo é o ponto de partida. Ou a gota d'água, se preferirem... E foi filmado no Dubai!

Nós escolhemos o Syriana. Deixámos o 'Boa Noite e Boa Sorte' para outro serão com menos voltas e com outro Clooney, ainda a preto e branco. Mas sentimos que esta valeu a pena. No fim o Medeia estava fechado mas, a mim, ainda me chegou à boca o bom sabor do Tagliatelli...

2 comentários:

Anónimo disse...

Good night and good luck...

Qto a um tal de Malandro... discordo tanto... mas tanto!!!!

Noite... 5ª feira...

Pelo circuito... juro que me cruzei com "mais cidade que sexo"!!!!

Ainda que a horas diferentes...!!!

Mas que o olhar se cruzou...

[ t ] disse...

pois é meninas e a ursula deu um concerto estrondoso (chorei duas vezes) imperdível! o melhor de todos que já deu em portugal, diz quem sabe. e começou mesmo às 23.30. muito bom! nota máxima para a senhora, o seu guitarrista e baterista! revolution!!