quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Sem explicação

Pergunto-me em que momento da vida passei a ter consciência. Abro a agenda e folheio-a de trás para a frente. Quem sabe se não terei marcado a data a vermelho. Nada. Nem em código. O código infantil que uso para registar as coisas mais importantes. As lágrimas são de raiva. Não me consigo lembrar do dia em que passei a temer as consequências dos meus actos na vida dos outros. Faço o eixo norte-sul a 120, música aos berros para não pensar. Quero reagir às lágrimas. À raiva. Procuro uma explicação para tudo. O princípio. Está um vento cortante junto ao Tejo. Afinal a culpa não é do clima. Não saem as lágrimas. Não vinga a vontade de fazer o que me apetece. A impulsividade é refreada. O cheiro que sinto junto ao meu pescoço é guardado na caixinha verde alface. De vez. Fechei a caixa a cadeado. Deitei fora a chave. Porque não há actos inconsequentes.

4 comentários:

Anónimo disse...

A isso chama-se crescer, não é?
Dia

Carrie disse...

Deve ser. E o que estou a sentir não são mais do que dores de crescimento?! Deve ser. Quer dizer que passam. Obrigada por tornares as coisas mais claras :)

Anónimo disse...

já cheguei a essa conclusão três x, só esta semana, e ainda só é quarta-feira...não quero crescer mais até ao fim do mês!

Carrie disse...

Cas, bem-vinda(o) sejas pela gargalhada que me fizeste mandar! Eu também não quero crescer mais este mês. Está decidido!