Horóscopo a granel
Confesso que não resisto a ler horóscopos (como alguns milhões de pessoas que se pelam por estes oráculos da modernidade), embora tenha aprendido a distingui-los da astrologia. Esta faz uma leitura do nosso mapa de características, ditado pela conjugação de corpos celestes no momento em que nascemos. Pode parecer uma cena pseudo-zen, mas eu conheço o meu e revejo-me nele. Já os horóscopos têm aquele potencial insidioso de nos levar a olhar com desconfiança a semana que se advinha. Principalmente quando são escritos a granel! Enroscada no sofá a folhear as várias revistas/suplementos dos jornais de fim-de-semana, dei-me conta que muitos dos textos são copy/paste uns dos outros! Ora, já não basta a maior parte das vezes as profecias não serem muito diferentes entre cada um dos signos, como ainda levamos com dose dupla ou tripa das mesmas previsões. Nem a meteorologia é tão repetitiva! E se eu já achava que andava a gastar demais, começo a temer a bancarrota. E se as dores nas costas me faziam pensar que a idade pesa, prevejo que não haja xiatsu que me livre do reumatismo. E pior, claro, as discussões com a cara-metade tomam proporções de me deixar à beira de um ataque de nervos. Vá lá, caros estudiosos das estrelas, das cartas, búzios e afins: puxem pela imaginação e não escrevam textos a granel. É que a gente gosta de saber o que nos espera, mas sem ficar esmagado pelo peso da repetição. É que eu não acredito em bruxas, mas que as há, há.
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