Até já
Eu, que maldigo as greves nos transportes, as baldas na função pública, as faltas dos professores, as manifestações de agricultores, as concentrações estudantis, aplaudo, de pé, a greve na gráfica que imprime o pasquim. Não me interessa se querem aumentos de salários. Mais uma pausa para o lanche. Mais luz natural na oficina. Não quero saber dos deveres que não cumprem. Dos direitos que não têm. Por causa deles, hoje fechamos o jornal cinco horas mais cedo. O sol ainda está para ficar. Tenho tempo para tudo. Como merecem os dias de Verão. Troco os saltos por havaianas. As calças de ganga por uns calções bem curtos. Por baixo o biquini branco que me faz sobressair o bronzeado. Entro no carro e ponho a música no máximo. Vou enterrar os pés na areia. Ver as ondas roçagar a areia dourada. Mas vou sobretudo ouvir o murmúrio do mar num fim de tarde que se quer doce. Até já.
1 comentário:
que texto bonito, miúda! muito bom.
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