quarta-feira, julho 26, 2006

Da praia

Acordo cedo. Demasiado cedo para quem está de férias. O riso do G. invade-me os sonhos. Viro-me para o outro lado. Tento dormir, nem que seja mais cinco minutos. Agora é o barulho da máquina do café. As colheres que batem contra as chávenas. Rendo-me as evidências. Desço do beliche aos tropeções. Daqui a meia hora estamos na rua. Baldes, toalhas, pás, bolas, o chapéu de sol. A descida para a praia demora um tempo infinito. O G. para de cinco em cinco metros para apanhar folhas. Se for como ontem, à volta serão pedras. Grandes e pequenas, que se acumulam nos sacos, dentro dos baldes. Pedras que vamos deitando fora sempre que o apanhamos distraído. Chegamos a praia quando a maior parte das pessoas ainda está a acordar. Volto a ser criança. Transporto baldes de água para fazer uma piscina. É bom ser criança de novo. É difícil estar cinco minutos deitada na areia. O livro esquecido dentro do saco. Uma história de obsessões que me deixa demasiado ansiosa. Empilhamos areia para construir castelos que decoramos com 'peixes' e conchas. Guerras de água. Batalhas de areia. O sol que vai alto e começa a aquecer. Mais um mergulho. O último antes do almoço. Saímos da praia quando os outros começam a chegar. Subimos no sentido contrário ao ‘trânsito’. Voltaremos mais tarde. A tempo de ver o sol desaparecer no horizonte.