segunda-feira, março 31, 2008

kashab spa

Não sou [infelizmente] cliente habitual de Spa, mas já conheci alguns. No curriculum conto com uma ida ao bamboo garden spa na Quinta das Lágrimas, meio dia no spa do Ritz, uma ida à talassoterapia do Vila Vita Parc, e claro, o [meu] incontornável Le Spa. Acrescentem-se várias sessões de massagens numa esteticista de bairro de onde saia, invariavelmente, a flutuar. Ou seja, presumo que sei o que esperar de um spa. Ainda assim, é coisa simples. Entra-se num spa para sair relaxada ponto

A excepção? O Kashab Spa.

O sítio é lindo de morrer. Só a porta de entrada promete um mundo exótico e de mistério. O hall tem uma cadeira suspensa no tecto. Algumas almofadas espalhadas pelo chão. Para lá de uns cortinados com motivos árabes uma sala de relaxamento, com camas rasteiras feitas de enormes almofadas. Ao fundo um porta espelhada abre-se sobre um banho árabe [vulgo piscina aquecida] com um imponente candeeiro. Promete! Mas por pouco tempo...

Sou encaminhada para uma sala. Gelada! Tiro o roupão. Tapo-me com a tolha deixada em cima da marquesa e espero. Espero. Espero. Algum tempo depois lá aparece o terapeuta. É a primeira vez que sou massajada por um homem e ao início a sensação é de desconforto. Penso que estou a ser tonta. Digo-lhe que sim, que a sala está fria, e preparo-me para relaxar enquanto ele mexe no ar condicionado. As mãos estão tão frias como a sala, mas o pior é a aspereza do toque. Sim, porque é um toque, não uma massagem. Penso que devia dizer qualquer coisa. Mas odeio falar nestas alturas, deixo-me estar. Cinco minutos depois não aguento e peço-lhe para aumentar a pressão. De nada vale. A música é qualquer coisa de medieval que longe de descontrair invade o cérebro e irrita. Lá tenho que falar outra vez. Peço que baixe a música. Não sei o que pensa que estamos ali a fazer. Mas a mim não me apetece uma rave. A massagem pára, mas depois disso o barulho continua a invadir-me o cérebro. Estou também cada vez mais gelada. Mas já desisti. Agora só quero mesmo sair dali. Quando ele finalmente me diz que a massagem terminou, que tenho chá de menta na sala de relaxamento, penso que é isso mesmo que vou fazer. A sala está lá, só falta o chá de menta…

No meio do paraíso que é o Vila Monte, o Kashab Spa é de um amadorismo arrepiante. Um desconsolo.

3 comentários:

Unknown disse...

Nesse já não me apanham lá! Obrigada pelo alerta! :)

Anónimo disse...

conheço o desconforto da primeira vez com um homem, mas ainda hoje foi a melhor massagem que fiz, no pestana de natal, uma massagem feita à custa dos ante-braços, um sonho!

Brisa disse...

Quem diria... Até as catacumbas de istambul onde fui a banhos eram mais quentes, e apesar de ser esquisito estar nas mãos de um massagista (o que vale é que o meu gajo estava logo ali ao lado! :) foi até hoje a MELHOR massagem de sempre! Doeu que se fartou, mas lá que me pôs tudo direitinho no seu lugar e me vez voar a seguir... lá isso foi!