segredos de estado
Dou por mim parada, sentada ao volante, à espera que o sinal mude de vermelho para verde, com um sorriso nos lábios. Dou por mim a pensar no teu desconforto, na atrapalhação, o ar acabrunhado, meio sorriso meio lágrima, com que me preparas para me contar o teu segredo de estado. Dou por mim, sentada à porta do pasquim enquanto fumo o primeiro cigarro do dia, de sorriso nos lábios a pensar como, logo tu, a quem chamei um dia desbocada, de quem duvidei da capacidade de guardar segredo, a quem me recusei a contar algumas coisas, não muitas, sabes como eu própria sempre fui inconveniente em relação às minhas histórias, logo tu guardaste do mundo o maior dos segredos. Vejo como descontrais, enquanto te abraço e digo que és tonta. Que podias ter contado, o que no fundo sempre desconfiei. Que nunca te poderia censurar, principalmente quando estás tão feliz. Falas-me de compreensão, de apoio, maturidade. Vejo-te feliz. E sorrio.
2 comentários:
E eu chorar no meio destes conzentos calados também gostas?
gosto tanto de ti.
cinzentos
Enviar um comentário