Não esperem nada de mim
Não esperem nada mim. Muito menos uma explicação para esta frase. A frase que não me sai da cabeça desde segunda-feira à noite, que tinha que dar um post, porque talvez, assim, se vá embora. Talvez deixe de se intrometer entre pensamentos mais felizes. Perceba que estou farta dela, da frase. Não esperem nada de mim, principalmente hoje depois de ouvir uma frase, outra, que não ouvia há muito tempo. Pela manhã, enquanto tentava convencer-me, entre um segundo café e o fumo azulado do cigarro, que voltar ao trabalho depois de quatro dias de folga era a única saída possível, alguém entrou no café e disse ‘Bom dia ganchinhos’. O sangue gelou-me nas veias. Ele não podia saber. Não conhece esta história. Não sabe que numa manhã de Primavera, em que o sol ofusca e aquece, a última coisa que eu queria ouvir eram reminiscências de outras manhãs. Fantasmas de primaveras passadas. Também não podia saber que ontem ao cair da noite outras memórias tinham sido evocadas pelo ar quente que soprava na minha varanda. Estas noites cheiram a liberdade, disse. Ele não percebeu, não podia ter percebido. Não sabe que há um ano começavam a soprar os ventos da liberdade. Sem capitães de Abril, sem chaimites, porque a minha liberdade é outra. Procurei-a ontem numa esplanada de praia. Encontrei-a entre as páginas de um livro, olhando de frente para o azul do mar. Percebi que ainda temos muito para partilhar. Eu e a minha liberdade. Não estou preparada para abdicar dela. Não esperem nada de mim. Esqueçam mesmo que eu existo.
4 comentários:
Então Carrie?? Tá-me a parecer q isso é só por ter acabado os 4 dias d folga e a volta ao pasquim...lol a liberdade de q falas é uma maravilha e é verdade q esperam sempre muito :D
eu espero que melhores depressa... para bem de todas nós.
Até parece que a menina Samantha tem razões de queixa!
Ontem estive para escrever sobre este tema, precisamente. E, de outra forma, também escrevi.nUm abraço.
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