segunda-feira, agosto 14, 2006

Domingo

Passou o dia entre a piscina e a cama. O corpo estava dorido e as viagens dos últimos dias não ajudavam ao relaxamento. Estava exausta sem estar cansada. Estava esgotada.

Adormeceu ao sol quando, na água, o barulho de chap chap se fazia ouvir em alta frequência. Gente que saltava de pés da borda da piscina, gente que gritava, corridas e espectáculos admiráveis no meio da água como se ali fosse o centro de demonstrações aquáticas, à maneira de Joselito na sua mota no Poço da Morte. Mesmo assim dormiu. A cadeira de plástico esticou-lhe os músculos e sentiu um pano molhado por debaixo dela. Tinha mergulhado uma vez para refrescar.

Quando o silêncio ficou, ela também. Ali estava, de caras com o sol, num domingo tão prazenteiro quanto só. Passou o chapéu pelos olhos para não levar com a luz directamente e deixou-se estar. Cheirava a relva cortada de fresco e ouvia-se a água da piscina a borbulhar, lá ao fundo, onde lhe fizeram uma cascata.

Veio para casa molhada. O verde fresco que a vestia até aos joelhos dava-lhe um ar de passeio. Mas os chinelos não enganavam: era tempo de praia e ela ia para casa. Deitou-se a meio da tarde e esqueceu-se de almoçar. O sol ainda queimava lá fora, mas os lençóis cobriram-lhe as pernas e não deixaram escaldões. Voltou a adormecer, naquele domingo de solidão.

Quando acordou, tinha um convite para jantar.

2 comentários:

LurdesMartins disse...

Que Domingo delicioso...

Aluada disse...

Gostei do convite para jantar ... depois de uma tarde deveras cansativa, nada melhor!