Olá. Como estás?
Tenho tudo para dizer e nada para escrever. Mas não me apetece dizer nada a ninguém. Espero que adivinhem o que me vai na alma, o que sinto, o que penso, o que quero e o que não quero. Não quero nada: nem comer, nem falar, nem escrever, nem ler, nem trabalhar. Apenas dormir e respirar o sono durante o dia como se um sonho pudesse ultrapassar todos os minutos da claridade. Mas não dá. A noite é escura demais e o dia fica com as marcas em forma de olheiras. Não sou feliz, não sei porquê, não descubro, não tento, não chego lá. Sou uma espécie de gente que se move porque tem de ser, que vai porque tem de ir, porque pára quando tem de parar. Mas nada quero, nada sei, nada faço por minha vontade. A vontade não existe. O poder de dominá-la há muito que se foi e fico à espera que volte. Dizem que é cansaço, que é depressão, que é saudade, que é amor... não é nada disso. Ou pode ser tudo, misturado, feito massa que na minha, cinzenta, me reduz a pó. E vou, num sopro, para o outro lado, onde não me amparam, onde não sei o caminho, mas para onde sigo sem olhar para trás.
Não tenho soluções para nada. Tenho pena de mim mesma e sinto-me mal por tê-la. Sinto pena dos outros que se preocupam comigo porque sei que nada podem fazer. Só esperar. Como eu espero, mexendo-me pouco, como espero pelo dia em que compreeenderei tudo isto, como espero pela noite em que sorrirei a dormir, pela manhã que me verá acordar e dizer 'bom dia'.
São modos de estar. Passageiros, pensamos nós. Eu rezo para que o seja. Ou desespero.
4 comentários:
Samantha, estava a ler o teu post. Senti vontade de te dizer várias coisas. Queria que soubesses isso!
Não é justo.
Uma gaja como tu? Neste deixa andar?
Ligo à Carrie? Ligo ao Leão?, mas nunca acerto nas palavras...!
Queria poder fazer qualquer coisa!!
Depois da postada anterior entregas-te a estes devaneios?
Não é justo.
Bem, já cá vim algumas vezes e volto porque gosto do que leio, há uma identificação.E hoje, ao ler este texto, lembrei-me de alguém de que gosto muito..pelo menos da ideia que me faço dela. Será que posso utilizar o teu texto no meu blog, com a devida referência, claro?
Beijinhos
Cara Elisa... é todo teu...
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