Escritos
Voltei a escrever um post que não tenciono publicar. Mais um para o exército de drafts que se acumula no blogger. A Dia já me avisou que qualquer dia eles se amotinam. Exigem quebrar as barreiras do anonimato e saltar para a ribalta. Mesmo que seja coisa para vinte leitores fiéis, a tal ribalta a que os gajos aspiram.
Há que ser sincera. Já não escrevo como escrevia. Ser frontal e admitir que há atilhos à volta dos pulsos de cada vez que ataco o teclado. São uns fios ridiculamente frágeis. Mesmo assim… Pondero mil vezes cada sílaba. As palavras são medidas a régua e esquadro. Não consigo deixar de pensar no efeito que terão. Como um bater de asas na China. Mesmo que me digam que não produzem efeito nenhum. Não há acções sem consequências. [Releio o último parágrafo e penso que já escrevi isto, ou algo muito parecido. A questão é se o publiquei. Adiante.]
A alternativa era deixar de escrever. Deixar esta Cidade entregue ao Deus dará, neste caso à Samantha. Fica muito bem entregue! Mas, a verdade, é que já nem me levo a sério quando penso em fazê-lo. Há dias em que preciso mesmo disto. Já não sofro do síndrome de abstinência que me atacava há coisa de um ano. Já consigo passar mais de quarenta e oito horas longe de um teclado. Já passo dias inteiros sem me dedicar a actividades pidescas. Mas gosto de escrever. O bichinho está mais do que instalado. E agora, que há quem esteja disposto a pagar por contos arrancados a ferros a uma imaginação debilitada, a coisa pode ser que arranque a sério.
[Aviso à navegação: Não tenciono deixar de escrever. Temos pena! Este post é suposto ser sobre isso mesmo. Pelos vistos estou com alguma dificuldade em fazer passar a mensagem.]
6 comentários:
Olá!
Publica um livro, escreve um diário secreto, inicia novo blog anónimo até para os amigos... mas não deixes de escrever! Isso seria uma tragédia!!!
Beijo de uma das tuas muitas admiradoras que devem existir por aí!
Quais gajos ???
o que nós, que te lemos, gostávamos de saber é porque há atilhos à volta dos pulsos de cada vez que atacas o teclado...
mas se te pagam para escreveres "contos arrancados a ferros", o melhor é aproveitares.
ah! cada vez que venho a este blog e começo a ler um post, sei logo pelas duas primeiras linhas quando és tu que o assinas. porque será? (também, na maioria das vezes, ou és tu ou a samantha...)
LR, será pelos anos de convivência? Será por eu ser tão 'transparente'? Quanto aos atilhos, conto-te um dia destes ao ouvido.
Pedro, os posts!, os gajos são os posts. Estou realmente com dificuldade em fazer passar a mensagem. aiiiiii
Anne, Obrigada. Mas descansa. Tenciono continuar a chatear por uns tempos.
Ainda bem que não vais deixar de vir cá escrever. Não ME fças isso, ok? O porquê, fica por conta dessa tua, a meu ver, indubitavel, perspicácia intuitiva na análise das questões. Ou então, explica-se assim: gajas, essas eternas complexas criaturas que insistem em quererem ser únicas, mas que deliram quando encontram alguém que diz (e bem dito) aquilo que elas próprias gostariam de deitar cá para fora.
Deixa-me a mim os "atilhos nos pulsos", vale?
É a minha primeira visista a este blog.
Teria que ter mais confinaça para lhe chamar outra coisa.
E fico fascinado com o leio. É com muita pena minha que não consigo encontrar na minha pobre mente comentários melhores dos que aqui deixo.
Voltarei então diariamente a procura de umas linhas que descrevem com perfeição o que "nos" vai na mente.
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